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Charles Mingus no carnaval banguense
“Tornar o simples em complicado é fácil, tornar o complicado em simples é criatividade”.
Charles Mingus
Passadas as festividades de fim de ano, o objetivo da criançada daquele Bangu dos anos 60 era que logo chegasse o carnaval. Planejavam fantasias, blocos de sujos, idas de trem ao matadouro, em Santa Cruz, para pegar, na fonte, aquelas malcheirosas bexigas, que eram enchidas, uma a uma, no sopro, e com a ajuda de um talo oco de folha de mamoeiro. Enfim, a festa de Momo era o evento da vez. Desta época, um fato em especial me aflora bem à memória. A mãe do amigo Chiquinho, ao ser por este perguntada qual seria a sua fantasia daquele ano, forneceu uma resposta cheia de inventividade, que escondia os poucos recursos para confeccionar uma nova vestimenta: “será de rei dos bate bolas!”. Em resumo, ela aproveitaria a antiga fantasia, onde iria bordar uma vistosa coroa sobre o já surrado jaleco, dando um caráter de realeza, pelo menos aos olhos da petizada, àquele velho traje. Adquiria, assim, importância renovada para resistir a mais um ano de festividades de carnaval, e sem qualquer custo extra. Quando fiquei mais velho, compreendi que a necessidade é a mãe da criatividade, até porque, ainda presenciaria nos anos seguintes – o rei dos reis dos bate bolas e o chefe dos reis dos reis, até não caber mais coroas no já tão surrado jaleco da fantasia do amigo, que cresceu e teve que repassar para outra criança, menor, aquela importante versão lúdica da formidável criatividade materna.